Ele é um clássico. É uma das preciosidades do patrimônio gastronômico da Itália e, para não fugir às regras, como quase todas as massas exportadas por aquele país e apreciadas neste vasto mundo, carrega a tiracolo, no currículo, um misto de conto de fadas.
As primeiras massas recheadas que temos registros na Itália são os ravióli, criados em meados do século 13 no norte do país. Seu formato era muito simples, um pastelzinho básico, quadradinho, ora recheado de queijo, ora de carne e até de legumes, entre os menos abastados. Eram iguaria e seduziam a todos que a eles tinham acesso, sem distinção de classe social, de nobres e bispos a frades e plebeus.
Depois de cozidos, geravam uma bela confusão na hora de servir. Muito semelhantes no formato, ravióli de carne e de queijo se misturavam com facilidade antes de chegar à mesa. Foi então que um masseiro resolveu tomar uma atitude para não passar mais vergonha: os ravióli recheados de queijo manteriam seus formatos, quadradinhos, e os que levavam carne ganhariam o formato de pequenos triângulos. Pronto, genial, perfeito, sem mais confusão. Então, algumas décadas depois, um cidadão com anos e anos na cozinha resolveu fazer graça e enrolou uma dessas massinhas triangulares, retorceu suas pontas, puxou aqui, dobrou ali e deu a ele o aspecto de um pequeno capuz, semelhante a um chapeuzinho, criando o primeiro cappelletto.
Enciumado com o sucesso e a forma genial do cappelletto, cozinheiros da corte de Bologna, pressionados por seus patrões, já no final do século 13, resolveram dar o troco: criaram uma massa recheada mais elegante, em forma de meia lua, também enroladinha e torcidinha, que foi batizada de turtlein (tortinho, no dialético local), que depois virou tortelli e, mais tarde, tortellini ou tortelloni, dependendo do tamanho. Voltando à confusão, hoje, cappelletti, ravióli e tortellini podem ser recheados de carne, linguiça, frango, legumes, queijos, ter tamanhos e aspectos diferentes e aceitam molhos que nenhum cozinheiro dos séculos 13 ou 14 imaginariam possíveis. E, desde que bem feitos, tudo bem, afinal, cozinhar é uma festa.
Vamos ao que interessa agora, o Cappelletti in Brodo deve ser acompanhado, incontinentemente, de pão italiano e um generoso punhado de queijo parmesão fininho. É comum, em dias especiais, as matriarcas servirem o prato no próprio pão. Nesse caso, procure ou encomende ao seu padeiro pão italiano redondo entre 250 a 300 gramas cada um. Corte o topo do pão com uma faca, retire o miolo, pressione o interior com as pontas do dedo e coloque ali o brodo com a massa. Neste caso, tenha sempre à mesa folhas de manjericão, manteiga e azeite.
Fique atento, em momento algum a execução da receita do brodo pede óleo ou azeite. É que para elaborar brodos e caldos não é necessário selar a carne, já que o sumo da mesma deve ser liberado para integrar e dar sabor ao prato, afinal, estamos preparando um brodo para cappelletti, e não uma canja. O brodo para cappelletti pode ser de legumes, frango ou galinha.
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